sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ridícula e feliz!

Depois da soneca reparadoira, fui caminhar.
Promessa de "mim para eu mesma". Desse tipo cumpro sempre.

Morros verdes, brisa fresca, vacas, ovelinhas e .... cavalos!
Foi vê-los e, de modo instantâneo, meu cérebro começou a martelar:

Cavalos beirando rio...
Cavalos beirando rio...
Cavalos beirando rio...

Pelos postes do caminho! De onde é isso?
O pior não era a frase incompleta, era a melodia que não vinha.
Isso é de uma música. Certeza eu tinha. Mas qual?
Quilômetro e meio depois e desisti de tentar lembrar.
Segui os três restantes carregando aquela sensação de frustração, típica de espirro quando falha!
Ao chegar no portão, como passe de mágica, o controle remoto acionou também minha memória!
Fui tomar mate buscando Noites do Sertão.
Aqui está:

Noites do sertão
(Milton Nascimento e Tavinho Moura)
Não se espante assim meu moço com a noite do meu sertão
Tem mais perigo que a poesia do que o julgo da razão
A tormenta gera história é tão vida quanto o sol
São cavalos beirando o rio, é o corpo da menina ofegante ali do lado
Ansiosa pelo tato do carinho arrebatado do calor da tua mão
Não se engane que o silêncio não existe no anoitecer
Fala mais vida que a cidade, tem mais lenda a oferecer
Não demore ela é donzela mas conhece outra mulher
seu desejo e a madrugada só esperam teu carinho
Quando o ato terminado
Chegue perto da janela olhe fora e olhe dentro
A paisagem se molhou

E agora?
Vou aproveitar que todos saíram.
Vou prender o cachorro e o gato.
Vou arrumar a casa.
Com o volume do computador a mil e com o botão de repetir clicado.
Vou ser ridiculamente feliz, dançando com as cordas de Noites de Sertão

Um comentário: