quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Peregrinos (I)

Confesso que, depois do embarque, uma certa nuvem de preocupação desceu sobre nós (os filhos). Não exatamente pela condição de nossa mãe, mas pelo que vimos no conjunto. A primimeira frase do meu irmão saindo do aeroporto:" Não sei porque! Mas lembrei do exército de Brancaleone!" Não estava sendo irônico. Meu irmão é assim, não sabe fazer piada. Pode-se dizer que é ingênuo. Ele percebe, mas não consegue entender ou explicar. Só percebe. Tive que conter o riso. Não era situação para deboche! Mas não resisti e desfiz a confusão: Monty Python and the Holy Grail. Esse era o filme!
Nossa mãe entrou em um avião com uma guia claudicante e mais trinta e quatro colegas de excursão. Dois deles estão visivelmente afetados pelo Mal de Alzheimer, embora as famílias neguem. Há também dois cardiopatas, uma diabética insulino-dependente e três surdos com aparelhos auditivos que, segundo eles mesmos, funcionam mais ou menos. Os outros? Idosos normais, como a minha mãe. Foi isso que me deu medo! Fé tivesse, teria começado a rezar!

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