quinta-feira, 27 de maio de 2010

Relatos de um dia estranho (IV)


Acho que não vou viver o dia de hoje. Só vou passar a limpo o dia de ontem! Eu merecia uma tarde mais calma e produtiva. Mas não, nesse mundo não há justiça! A tarde foi atribulada também. Uma colega surtou com os alunos. Berrou, sapateou, só faltou bater! E eles? Vieram, todos, prestar seus depoimentos e apresentar reclamações. Teve um até se queixando da má qualidade do transporte coletivo. Só faltou alguém mencionar o acordo Irã-Turquia-Brasil! Pode? Despachei na maior velocidade possível o meu estoque de “panos quentes”. Afinal agora não é hora de resolver nada. Vamos deixar esse assunto sedimentar, conversem entre vocês, organizem as idéias, sejam mais objetivos, façam uma lista de solicitações, não é momento, reflitam, pensem e avaliem, depois então... etc, etc, etc, etc Livre dos alunos, chega a colega ainda verde de ira, com um discurso indignado (e loooooongo). Os comentários listados abaixo, com certeza ouvi duas vezes (ou mais):
a falta de responsabilidade, a pouca vontade de ler, a absoluta inércia, o desejo de coisas prontas e fáceis, a incapacidade de raciocinar ...
Ou seja, as constatações óbvias sobre o estado atual da intectualidade dos adultos jovens com os quais trabalhamos! Ouvi. Com a mais santa paciência! Por dentro me perguntava:
1) Para quem essa demente pensava que estava dando aula?
2) Em que mundo essa desajustada pensa que está?
3) Oi? Nasceu ontem? Como uma macaca velha ainda são sabe reconhecer os limites de seus alunos?
4) Que medicamento ela está usando?
5) Será que ela nunca reparou que eles são meio-assim-mesmo? Ou nunca se importou com isso?
No final da lenga-lenga toda obtive a resposta:
Essa mulher NUNCA fez avaliação! Por que resolveu fazer agora???
Conclusão: Ah! Vai te catar! Vai para casa brincar com o cachorro! Mas vê se ele não te morde! Sem noção!

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